Como proporcionar uma educação mais inclusiva a distância?

Educação mais inclusiva: No mundo hiperconectado, as instituições de ensino superior precisam disponibilizar ferramentas que viabilizem uma experiência cada vez mais atenta a grupos minoritários

É impossível falar em inclusão social sem associá-la à educação e a políticas que assegurem os direitos de grupos minoritários, mais vulneráveis. 

 

A equidade deve ocorrer desde os anos iniciais do ensino fundamental, contemplando aspectos cognitivos, emocionais, físicos e sociais do ser humano. Tudo isso para possibilitar que todos tenham as mesmas oportunidades. 

No entanto, para que essas medidas tenham resultado efetivo, é preciso ir além da educação básica. Ou seja, garantir igualdade de acesso também no ensino superior.

 

Iniciativas para a EaD

Nas últimas décadas, surgiram diversas iniciativas para tornar a educação brasileira mais inclusiva. Entre as pioneiras está o Incluir, programa lançado em 2005 que prevê ações de estímulo ao ingresso de alunos portadores de deficiência nas universidades. 

Outro destaque é a Lei nº 13.409/2016, que trata da reserva obrigatória de vagas para esses mesmos estudantes em instituições de ensino superior (IES) federais. Em comum, o fato de essas iniciativas terem nascido num contexto no qual o ensino remoto ainda era um modelo pouco explorado. 

Essa realidade mudou drasticamente após a pandemia. De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado em novembro de 2022, as vagas em cursos de educação a distância (EaD) tiveram aumento de 23,8% em 2021, enquanto as presenciais registram uma queda de 2,8%. 

Entre os quase 9 milhões de universitários brasileiros, nada menos do que 3,7 milhões (41,4%) estão matriculados em graduações EaD. É por isso que, num mundo hiperconectado, as IES precisam disponibilizar ferramentas que viabilizem uma experiência inclusiva também a distância.

 

Quer saber como fazer isto? Leia a seguir!

 

Avanços graduais

Sem dúvida, o formato online torna a educação mais acessível a todos, independentemente de suas capacidades e limitações. 

Segundo o Censo da Educação Superior, em 2021 foram registradas 63,4 mil novas matrículas em IES de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação. 

Sob uma análise geral, o percentual é baixo (0,71%), mas representa um salto de 8 mil universitários em relação ao ano anterior. Especialistas atribuem o crescimento – que vem sendo contínuo na última década – aos benefícios da modalidade EaD.

Você sabia que o ensino a distância é uma modalidade mais inclusiva e empoderadora, já que estimula a autonomia dos estudantes?

Dados do mais recente censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), realizado em 2020, indicam que esse crescimento (de novos alunos) poderia ser muito maior se as instituições formadoras de EaD no Brasil tivessem maior consciência de seu papel. 

Por exemplo: 18,5% delas não executam nenhuma ação para promover a inclusão. Além disso, apenas 20,7% oferecem atendimento de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Uma mudança relevante, impulsionada pela pandemia, é a expressiva presença de recursos de acessibilidade nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). O mais utilizado pelos entrevistados é o leitor de tela (83,3%), seguido do avatar de Libras (66,7%).

 

O papel da educação a distância

Cabe à modalidade EaD proporcionar aos estudantes um aprendizado democrático e não discriminatório. Isso é possível por meio de conteúdos que dialoguem com o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA), conforme apontado pela Abed

O termo, criado por um grupo de professores da Universidade Harvard – e inspirado em conceito semelhante usado no design – consiste na adoção de métodos que removam quaisquer barreiras ao processo de aprendizagem. 

Para isso, alguns pontos devem ser considerados:

  • Equidade: o design do conteúdo precisa ser acessível para todas as pessoas, sem segregação;  
  • Flexibilidade: devem ser consideradas diversas preferências e habilidades, de modo a permitir a escolha do método a ser utilizado pelo aluno;
  • Intuitividade: sua compreensão é simples, independentemente de experiência, conhecimento prévio, habilidade ou linguagem;
  • Conteúdo perceptível: o material deve comunicar efetivamente toda a informação, sejam quais forem as habilidades sensoriais do usuário ou a condição do ambiente;
  • Tolerância ao erro: o processo minimiza riscos no caso de atos acidentais ou involuntários, além de advertir sobre essa possibilidade.

 

Todos esses requisitos podem ser atendidos na EaD por meio de ferramentas digitais apropriadas. 

É o caso da Realize, edtech especializada em gestão e criação de materiais didáticos, que disponibiliza recursos como inversão de cor (para pessoas daltônicas), além de contraste e aumento de fonte e descrições acessíveis a todas as imagens inseridas. 

Isso possibilita que os leitores de tela possam descrevê-las para portadores de deficiência visual. Já pensou?

 

A plataforma também está integrada ao VLibras, serviço gratuito que traduz conteúdos digitais em português para a Língua Brasileira de Sinais. Todas essas funcionalidades são implementadas de forma automática e em tempo real, proporcionando uma experiência acessível para os usuários.